Atuar em um projeto voltado para os jovens está longe de ser uma
dificuldade para Verônica Debom. Na pele da professora Cris, de Rebelde,
a atriz garante que só colhe frutos bons por estar próxima aos
telespectadores infantojuvenis.
Mas, em contrapartida, aos 27 anos,
confessa que nem sempre é fácil estabelecer uma diferença entre ela e os
colegas que interpretam seus alunos na trama. Principalmente porque
muitos deles têm idades bem próximas da sua. Alguns - como Bernardo
Falcone, que vive o adolescente Téo - são até mais velhos. "Existe um
cuidado na postura de ambas as partes para deixar claro esse contraste.
Cortar o cabelo me ajudou, mas o figurino também é primordial para isso,
já que a Cris usa muitas calças largas e não saias, como as meninas do
colégio", explica a atriz.
O passaporte para ingressar na reta final da primeira temporada de Rebelde
veio quase por acaso. Na época em que testavam atores para o papel do
aventureiro Binho, que acabou ficando com Pedro Cassiano, a atriz Lua
Blanco gravava demais e não seria viável usá-la nos testes. Como
Verônica já fazia parte do elenco da emissora, mas não estava escalada,
chamaram a atriz para ajudar na seleção entre os meninos. "Depois,
quando precisavam de uma professora, me chamaram. Acho que o Ivan
(Zettel, diretor) deve ter gostado do meu trabalho nos testes dos
meninos e se lembrou de mim", supõe.
Verônica estava contratada na emissora em função de seu desempenho nas
duas primeiras turmas da Oficina de Atores da Record. Selecionada pelo
diretor Roberto Bomtempo para participar de ambas, ela foi convidada a
assinar o vínculo assim que acabaram os trabalhos no curso. "Não sabia o
que reservariam para mim", lembra ela, que nem cogitava entrar no
folhetim. "Eu estava disponível, é claro, mas não imaginava que seria
assim. Adorei porque além de ser um trabalho bacana, já se tratava de um
produto de sucesso", avalia.
Antes de Rebelde, Verônica já tinha participado de outra novela da Record. Em Chamas da Vida,
interpretou a engraçada Carla. Na história, ela era apaixonada pelo
biólogo André, vivido por Guilherme Leme. Mas, no meio da história, o
rapaz era assassinado, esvaziando o espaço de Carla e, em seguida,
tirando-a da trama. Mesmo assim, Verônica jura que não guarda qualquer
frustração da época. "Tive uma oportunidade incrível de mostrar meu
trabalho e acho que fiz bem. Só tenho boas recordações desse período.
Lembro que escrevi um e-mail aos prantos para a Cristianne Fridman, que
escrevia a história, agradecendo", recorda.
As escalações repetidas para papéis voltados para a comédia tanto em Rebelde quanto em Chamas da Vida
se explicam na própria trajetória de Verônica. A atriz começou a contar
piadas ainda adolescente, para tentar se enturmar. "Eu era esquisita,
feia e ninguém queria ficar comigo ou ser minha amiga. Me achava
totalmente inadequada. Então, virei a engraçada", diz ela, que hoje se
divide entre a novela e algumas participações em números de stand-up
comedy - shows de comédia. Na maioria das vezes, com o grupo Comédia em
Pé, de Cláudio Torres Gonzaga, Fernando Caruso, Smigol e Victor Sarro.
Mas ela também já fez parte de um grupo, o Comédia Sem Média, junto com
Rafael Gusmão e Gabriel Sabino. "Só que eles começaram a viajar muito
para apresentações e, com a novela, fui ficando menos livre", lamenta.
Fonte: Terra.
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